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O que comunidades, empregos, tatus e desenvolvedores têm em comum?

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    A princípio, quem lê o título desse post pode chegar a uma pré-conclusão bem simples: esses tópicos não têm nada a ver um com o outro. Porém, isso tudo pode mudar até o fim do artigo.

    Tatus e desenvolvedores (por incrível que pareça) compartilham de alguns hábitos:

    • São mais ativos no período noturno;
    • Têm a capacidade de cavar/procurar a fundo coisas de seu interesse;
    • Permanecem um bom tempo em suas tocas (para os devs, destaca-se o home office!);
    • Têm um comportamento extremamente defensivo à ameaças (um oi para vagas absurdas, rs);
    • Auxiliam aqueles da mesma espécie num forte senso de comunidade.

    E a lista poderia estender-se muito mais, porém vamos deixar as outras correlações para sua imaginação.

    Já pensou em como as relações de trabalho estão hoje? Como muitas empresas e plataformas de vagas criam processos seletivos “cabeludos” onde muitas coisas não têm relação com a profissão, ou até mesmo fazem perguntas arbitrárias de cunho pessoal que são usadas como critérios para seleção em oportunidades…

    Há um dizer popular que ilustra bem essa situação:

    “Todo mundo é um gênio. Mas, se você julgar um peixe por sua capacidade de subir em uma árvore, ele vai gastar toda a sua vida acreditando que é estúpido.”

    Afinal, por que um tatu deveria saber como “voar da maneira correta”? Por que um desenvolvedor deveria saber os “4 P’s do marketing”?

    No conto de hoje, ilustraremos algumas dessas situações com empresas animalescas, tatus desenvolvedores e muito mais. Vamos lá?

    Na toca de um dev

    O tatu é tímido por natureza, vive em sua toca e tem medo de sair pelo mundo. Quando intimidado, se encolhe em uma bola e fica por lá até o perigo passar. Nessa história, os animais vivem e interagem como humanos. Por lógica, o tatu precisa de um emprego para se sustentar.

    O tatu adorava ficar em sua toca mexendo em seu computador, em um espaço físico seguro e isolado, ele se conectava com outras pessoas através da internet e ali descobriu uma paixão: um mundo inteiro onde ele podia interagir da sua forma. Ele sabia que o mundo era perigoso, hostil e que não era tão amistoso para animais como ele.

    Por isso, quis ajudar a construir um mundo melhor como aquele que ele participava. Decidiu, então, se tornar um desenvolvedor. Ele estudou e aprendeu várias coisas, mas precisava botar em prática em algum emprego. Naquele momento, ele teria de sair do conforto de sua toca e tentar.

    Ele se deparou com diversas oportunidades, parecia que não faltavam vagas. Porém, ao conferir de perto, ele encontrava exigências absurdas! Naquele momento, ele pensou em desistir. Viu alguns vídeos sobre o que poderia fazer, pegou várias dicas de como montar um currículo e portfólio. Decidiu que se arriscaria, afinal, era seu sonho.

    O tatu começou a filtrar melhor as oportunidades, escolhendo apenas aquelas que se pareciam mais com o que ele desejava. Essas oportunidades pareciam pedir muitos testes e tinham muitas fases, mas, tentou mesmo assim.

    Ao longo de meses, ele trabalhou em um currículo melhor, criou um portfólio e se cadastrou em vários sites de vagas. Todo dia, ele repetia uma rotina intensa de vários testes e questionários. Passou por umas poucas e boas. Nas entrevistas, mantinha seu jeito tímido, mas era sincero.

    Foi entrevistado na Garça’s Office, mas não passou pois não compreendia os conceitos de voo básico.

    Teve uma conversa com o gestor da Software Foca e, mesmo tendo todos os requisitos, falhou ao responder a seguinte analogia: “O que você faria ao se deparar com um tubarão em alto mar?”.

    Decidiu, dessa vez, se preparar de outro jeito e se candidatar a uma vaga na qual ele sentia que se encaixava mais. Sua próxima entrevista era na bem-sucedida Tartaruga Hosting, e ele estudou bastante sobre a empresa. Seus produtos eram duráveis e seguros, o ambiente tinha um bom ritmo para aprendizado e ele tinha a sensação de que seria o lugar certo.

    Estudou e estudou sobre a empresa. Fez um projeto específico para o produto deles. Cadastrou-se naquela que seria a última plataforma de vagas da sua vida. Fez os testes e… passou! Finalmente o tatu estava trabalhando na área que gostava e sentindo que mudaria o mundo! Ele tinha pesquisado tanto sobre a empresa para saber se realmente tinha a ver com o que ele queria, viu os requisitos, se preparou… Enfim, ele estava onde queria estar.

    O tempo passou e ele começou a perceber algumas coisas diferentes. Ele demorava a receber feedback sobre seu trabalho, mesmo solicitando. O tatu se sentia estagnado onde estava, parecia que não sairia daquele lugar nunca! Os dias começaram a demorar para passar e ele havia desanimado.

    Em seis meses, descobriu como a empresa realmente era e aquilo não era o que ele esperava. Pensou muito sobre sair de lá e reviver todo o drama de procurar novas oportunidades, será que valia a pena todo esse risco? Ele já tinha uma fonte de renda, então por que passar por tudo aquilo novamente?

    Mas não dava mais. Nosso tatu decidiu sair da Tartaruga Hosting e voltar a sua busca pela oportunidade dos sonhos.

    Logo, aquela antiga sensação de medo veio à tona, juntamente com uma imensa vontade de se encolher em formato de bola ou sair correndo para sua toca. Em meio a algumas pesquisas, descobriu que havia mais desenvolvedores que sentiam o mesmo que ele. Pensou que as relações de trabalho estivessem quebradas, que não havia solução.

    Até que, uma recomendação diferente surge de uma “mão-amiga”. Parecia uma plataforma de vagas, mas não tinha nada a ver com uma plataforma de vagas. Era mais como uma comunidade. Decidiu seguir esse conselho. Tentar diferente.

    Fez seu cadastro na comunidade, e passou pelas fases. Perguntaram algumas coisas para o tatu, tentaram entendê-lo e deram algo que não havia recebido em outros lugares: atenção. Entrou na comunidade, conversou com outros desenvolvedores. Fez amigos, conexões. Encontrou conteúdo específico para seus interesses e se aperfeiçoou. Aquilo era um lugar para evoluir com outros desenvolvedores.

    Em algum tempo, recebeu um e-mail da comunidade: “Ei, encontramos um match para você!”. Ao ler a mensagem, se preparou para conversar com a Formiga’s AI. Descobriu diversas semelhanças entre sua forma de pensar e na forma como os times da empresa trabalhavam.

    Porém, aquela sensação de se encolher em uma bola ainda o atormentava. Estava com medo, pois sua última experiência também parecia boa e no final provou ser um erro. Foi otimista dessa vez e decidiu tentar.

    Ao passar do tempo, ele percebeu que estava em um bom lugar. Suas expectativas foram atendidas, ele estava realizado de encontrar um lugar com tantas semelhanças com ele. Entendeu que seu perfil profissional importava tanto quanto suas habilidades técnicas ao entrar numa vaga e, ali, encontrou algo: soube que a comunidade era sua principal aliada e tinha a certeza que se precisasse novamente, poderia recorrer ao poder da colaboração.

    O que podemos tirar desse conto?

    De fato, as relações de trabalho estão quebradas. Para os desenvolvedores, a situação é ainda mais alarmante: com uma alta demanda de profissionais da área, não faltam “empresas tartaruga” para atrasar o lado dos devs.

    São diversas plataformas de vaga, processos seletivos sem-noção, empresas que pedem muitas informações mas provém poucas sobre elas mesmas, desenvolvedores tendo que se adequar a vagas que não têm match com os objetivos de carreira deles…

    Nessas horas, aqueles com maior poder de impactar positivamente na vida dos devs são os próprios devs. A comunidade é a chave para o progresso da área de forma geral, o open-source está mais vivo do que nunca e há vários desenvolvedores na mesma situação que o nosso tatu, ou até mesmo você.

    Como todo conto tem uma moral da história, esse não será diferente nesse aspecto, então aqui vamos: Pare de tentar se encaixar em vagas que não têm nada a ver com você!

    Não é da noite para o dia que surgirá uma “Formiga’s AI” para você, mas é importante que a sua carreira esteja alinhada com seus objetivos. É verdade que conhecemos uma empresa apenas ao trabalhar nela por um tempo, mas o foco aqui é não se acomodar em ambientes que não são bons para você.

    Sempre que estiver em dúvida, há comunidades que podem te ajudar. Não perca a oportunidade de se beneficiar disso.

    E você, já se deparou com algum personagem dessa história? Você é ou já conheceu um “desenvolvedor tatu”?

    Até a próxima!

     


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