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    Aqueles que estão desenvolvendo produtos inovadores, principalmente startups e scale-ups com soluções tecnológicas, lidam com um grande dilema: priorizar a qualidade dos softwares ou os prazos. Ao mesmo tempo em que é necessário pensar e estruturar minuciosamente um projeto, os times devem manter a agilidade no desenvolvimento dos códigos e, muitas vezes, conciliar estes dois lados se torna tão complicado, que acaba por gerar o tão temido débito técnico.

    O conceito de débito técnico foi criado por Ward Cunningham, desenvolvedor que também colaborou com a construção do Manifesto Ágil, do qual já falamos bastante no nosso blog. A partir da Debt Metaphor, que em uma tradução literal significa “metáfora da dívida”, o conceito de débito técnico (também chamado de dívida técnica) chega para relacionar o mercado financeiro ao tecnológico.

    Em outras palavras, Cunningham propõe que as dívidas técnicas se assemelham às faturas de um cartão de crédito: devemos pagá-las imediatamente para que os juros não se acumulem e o valor seja tão alto a ponto de sermos obrigados a parcelar a dívida em parcelas que nunca acabam. Tudo vira uma bola de neve e, quando nos damos conta, estamos com um problema quase impossível de ser resolvido.

    Por que o débito técnico acontece?

    No processo de desenvolvimento de produtos, quando se opta por lançá-los no mercado de forma ágil, muitas vezes a qualidade do código é deixada de lado em detrimento da rapidez. Quando isso acontece, é gerada uma dívida técnica que deverá ser paga no futuro. 

    Assim como os juros no cartão de crédito, os ônus acrescidos ao projeto por causa dessa escolha estão relacionados a todo o retrabalho que o time terá para corrigir os problemas do software e implementar novas atualizações e recursos. 

    Vale ressaltar que na maioria das vezes, o surgimento de débitos técnicos não está relacionado à competência das pessoas desenvolvedoras que trabalham na construção dos produtos, mas sim nas tomadas de decisões da forma incorreta. Quando este processo acontece continuamente em uma empresa, é um sinal de alerta para que todos revejam a forma como estão conduzindo e o que estão priorizando nos projetos.

    Como evitar o débito técnico?

    Por mais difícil que pareça ser, é possível mitigar os efeitos das dívidas técnicas nas empresas de tecnologia, de modo a construir códigos com mais qualidade e escalabilidade no mercado. 

    Se você está buscando maneiras de evitar que isso aconteça com o seu produto, está no lugar certo. Neste artigo vou te explicar um pouco mais sobre o que você deve fazer para reduzir os impactos negativos dos débitos técnicos em equipes de TI. Confira abaixo!

    Invista em testes e padronizações

    Testar os códigos sempre que possível é uma das melhores formas de evitar uma dívida técnica, já que o time consegue identificar as falhas nos produtos ainda no desenvolvimento, minimizando os impactos de um código mal escrito e cheio de erros no futuro.

    Por mais óbvio que pareça, os testes são aquilo que mostra o desempenho do seu software, lhe dando mais segurança para otimizar os códigos futuramente e também certificando que tudo está funcionando como o esperado. Se tudo não estiver saindo conforme o planejado, os testes podem indicar um caminho para melhorar o desempenho dos produtos. 

    Infelizmente, muitos desenvolvedores e lideranças em tecnologia ainda subestimam o poder que os testes têm sobre a qualidade do código, pela pressa em lançar um software no mercado e acabam com uma dívida técnica gigantesca. 

    No entanto, uma forma de otimizar o tempo com testes é automatizando tudo o que for possível. Assim, além de mais agilidade, você diminui os riscos de erros através de ferramentas de análise de qualidade de código. Desta forma, os times de tecnologia, até mesmo os que atuam remotamente, estarão menos suscetíveis ao erro e aumentam as chances de entregar um produto de qualidade ao final dos processos. 

    Qualidade e agilidade no código

    O cenário ideal para evitar que os débitos técnicos apareçam, é tornar tudo mais ágil e ainda assim manter a qualidade. Por isso, não há como deixar este tópico de lado, principalmente quando falamos sobre startups, que precisam de velocidade para conseguir escalar seus produtos. 

    Nunca coloque a qualidade e a agilidade uma contra a outra, mas sim andando juntas no seu projeto. Uma maneira de fazer isso acontecer é investindo em algumas melhorias, como:  automatizações de processos, implementação de metodologias ágeis, treinando as suas equipes para que estas observem as falhas precocemente e ajam com máxima rapidez para corrigi-las. 

    Quanto mais você demora para desenvolver as melhorias necessárias, mais difícil (e caro) será realizar tudo isso no futuro. E, se tiver que escolher entre economizar tempo ou escrever bons códigos, não pense duas vezes e escolha sempre manter a qualidade. Não tenha tanta pressa para lançar o seu produto pois, quando ele for lançado e superar as expectativas dos usuários e clientes, você conquistará muito mais o seu público. 

    Atente-se à sua cultura

    Em negócios de tecnologia, deve-se ter em mente que os softwares são a alma de tudo e que débitos técnicos surgem naturalmente, no decorrer dos projetos. Por isso, é importante ter uma cultura de código muito bem consolidada onde o software será o protagonista de todo o seu negócio.

    Quando você não trata seus códigos como prioridade, todas as suas estratégias para manter a qualidade no desenvolvimento e evitar dívidas técnicas podem, muito provavelmente, ir por água abaixo. Considerem que os débitos técnicos que aparecem como uma forma de investir no seu produto, para que ele acompanhe as inovações tecnológicas e atenda de fato a necessidade de seus usuários. 

    Conclusão

    Aplicando estas dicas, fica muito mais fácil evitar e minimizar o débito técnico nos seus projetos e no seu time tech. Tenha sempre em mente que, quando seu time age rápido para solucionar este gap, você não paga todas as dívidas de forma parcelada, fazendo com que elas deixem de ser um grande peso no seu orçamento. Afinal, de gatos parcelados já basta o cartão de crédito, não é mesmo?


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