Este é o nosso terceiro artigo sobre o metaverso, vamos analisar como este universo de interatividade modificará a forma com que grandes empresas, e também startups, pensarão os seus modelos de trabalho para trazer outras experiências aos seus colaboradores.
Atualmente as lideranças de diversos negócios estão quebrando a cabeça para definir qual modelo de trabalho seguir: presencial, totalmente remoto ou híbrido… Não há como negar que tanto o presencial como o remoto oferecem diversas vantagens aos talentos. Afinal, ainda há quem priorize os escritórios, o contato real entre os colegas de trabalho, conversas cara a cara e até mesmo a pausa para o cafézinho.
A pandemia de coronavírus fez com que os profissionais experimentassem uma rotina de trabalho completamente longe dos escritórios, algo que no Brasil, por exemplo, não era nem um pouco comum. Aqui, era comum que os colaboradores, no máximo, ficassem um ou dois dias da semana cumprindo com as suas atividades em casa. Isso porque o mito de que o “home office não é produtivo” ainda pairava sobre a cabeça dos gestores.
O fato é que, a partir do momento em que a grande maioria dos talentos tiveram a chance de trabalhar longe do escritório corporativo, foi-se percebendo que nem sempre estar na sede da empresa é sinônimo de bons resultados. Assim, muitos gestores encontraram o pote de ouro no fim do arco-íris: o remote-first, onde todos podem trabalhar de qualquer lugar do mundo, sem se preocupar em estar presente fisicamente, mas sim virtualmente, no local de trabalho.
Adotar um modelo de trabalho 100% remoto exige uma boa estruturação, uma cultura que precisa estar presente no dia a dia de todos os colaboradores e lideranças. Sem isso, ela é incapaz de funcionar. Por este motivo, muitas empresas adotam um modelo conhecido como híbrido, que você já deve ter ouvido falar mas, de modo geral, consiste em alternar o trabalho presencial com o remoto.
Algumas das justificativas para este modelo se baseiam no fator “socialização”, extremamente importante para todos nós, principalmente após longos períodos de isolamento social. Muitos profissionais vibram com esta alternativa, pois reconhecem as vantagens do trabalho remoto, mas não querem abrir mão da convivência que tinham antes desta crise sanitária se instaurar no mundo.
O trabalho remoto é extremamente flexível, ao passo que o presencial é acolhedor. E por mais que o modelo híbrido pareça ser a solução perfeita, muitas vezes ele soa como desorganizado, sem contar que não há como sanar o “isolamento” quando os colaboradores estão à distância.
Pensando desta forma, pode parecer impossível encontrar um formato que agrade a todos. Mas não é. Na verdade, ele já está em construção e sua implementação será mais rápida do que imaginamos.
O metaverso parece ser a solução perfeita
Esta é a solução para suprir as necessidades que o modelo de trabalho híbrido não consegue suprir. O metaverso será a tecnologia responsável por unir os benefícios de socialização que o trabalho presencial permite com a flexibilidade do trabalho remoto. Tudo isso através de uma experiência completamente imersiva em um mundo virtual, um espaço 3D onde cada pessoa terá o seu próprio avatar.
Parece até que tudo se tornará um grande The Sims, mas não é bem assim, podem ficar tranquilos. Diversas empresas, gigantes em tecnologia, como a Meta (antigo Facebook), a Microsoft e a NVIDIA estão apostando neste mercado e estudando inúmeras possibilidades de tornar esta experiência o mais próximo possível da realidade.
A proposta de grandes empresários do Vale do Silício, como Bill Gates e Mark Zuckerberg é fazer com que os usuários passem a fazer parte da internet, e isso será revolucionário não só para a comunicação, como pode definir o futuro do trabalho, trazendo experiências que minimizam alguns danos do trabalho remoto que conhecemos hoje, como o burnout e o esgotamento provocado pela tecnologia.
As empresas poderão construir as suas sedes em ambientes virtuais e assim, com o auxílio de tecnologias de realidade virtual, os colaboradores poderão voltar a participar de conversas casuais, happy hours entre outras atividades que deixaram de fazer parte da rotina após o trabalho remoto. Para Zuckerberg, a experiência do metaverso fará com que todos se sintam parte da equipe e não isolados em seus apartamentos.
Como esta inovação é vista pelos colaboradores
Antes que o metaverso venha a se tornar uma realidade para o futuro do trabalho, primeiro é necessário saber se as pessoas diretamente impactadas por esta inovação acreditam nesta possibilidade e estão abertas a experienciar este novo mundo virtual. Por isso, a multinacional de tecnologia Lenovo, divulgou recentemente uma pesquisa que investigou a disposição e possibilidade de adesão dos funcionários ao metaverso.
Dentre os resultados obtidos, quase metade dos entrevistados acreditam nos benefícios que o metaverso pode proporcioná-los e se mostram dispostos a experienciar este novo modelo de trabalho. No entanto, 43% dos entrevistados apontaram que faltará habilidade, conhecimento e experiência para que seus colaboradores possam trabalhar através do metaverso.
Com isso, podemos concluir que, apesar de inovadora, os maiores desafios de implementar o metaverso no trabalho remoto serão tornar este recurso o mais natural e próximo da realidade atual possível e conquistar aqueles que ainda não acreditam que a tecnologia será capaz de substituir as reais interações.