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Técnicas de Estimativa de Software

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Estimar software vai muito além de apenas chutar prazos. É sobre sincronizar de forma inteligente os esforços de desenvolvimento, garantindo que cada recurso seja usado onde realmente importa. Pensando nisso, vamos trazer as 5 principais técnicas de estimativa de software que você pode começar a utilizar para ter mais previsibilidade sobre o seu processo de desenvolvimento.

Por que fazer estimativa de software?

Entender a relevância da estimativa no gerenciamento de projetos é fundamental para o sucesso de qualquer projeto de desenvolvimento de software. A estimativa de software permite que as equipes de desenvolvimento planejem e gerenciem seus projetos de forma eficiente, levando em consideração fatores como tempo, custo, recursos e qualidade. Além disso, estimativas precisas ajudam a gerar confiança entre a equipe de desenvolvimento e os stakeholders, garantindo que as expectativas estejam alinhadas.

Principais Técnicas de Estimativa

Agora, vamos falar sobre as principais técnicas ágeis utilizadas para estimativa de software e explicar como cada técnica pode ser aplicada.

1. Planning Poker

O Planning Poker é uma técnica de estimativa de software que realmente coloca o trabalho em equipe em destaque. A ideia é simples: usar cartas para votar na complexidade de uma tarefa, mas a execução é onde a magia acontece. Aqui vai um passo a passo de como realizar uma rodada eficaz:

  1. Preparação: Cada membro da equipe recebe um conjunto de cartas, que representam diferentes níveis de esforço ou complexidade. Esses níveis geralmente seguem uma sequência numérica que pode ser fibonacci, sequencial ou qualquer outra que a equipe considere apropriada.
  2. Apresentação da Tarefa: O facilitador apresenta uma tarefa ou história a ser estimada, fornecendo todos os detalhes necessários para que a equipe possa fazer uma avaliação informada.
  3. Discussão: Antes de votar, há um momento de discussão onde os membros da equipe podem fazer perguntas ou pedir esclarecimentos sobre a tarefa. Isso ajuda a garantir que todos tenham uma compreensão clara do trabalho envolvido.
  4. Votação: Após a discussão, cada membro da equipe seleciona uma carta que representa sua estimativa de esforço para a tarefa e a coloca virada para baixo na mesa. Quando todos estiverem prontos, as cartas são reveladas simultaneamente.
  5. Debate e Re-votação: Se houver discrepâncias significativas nas estimativas, membros que votaram nos extremos (mais alto e mais baixo) explicam sua lógica. Depois, a equipe pode discutir brevemente com base nesses insights e proceder a uma nova rodada de votação, se necessário. O processo se repete até que haja um consenso ou, pelo menos, uma convergência para uma faixa de estimativa aceitável.

Benefícios do Planning Poker

  • Promove o engajamento e a colaboração: Como todos os membros da equipe participam ativamente, há um senso de propriedade e comprometimento com as estimativas.
  • Aproveita a sabedoria coletiva: Diferentes perspectivas são consideradas, o que geralmente leva a estimativas mais precisas.
  • Melhora a comunicação: O processo incentiva a discussão aberta, o que pode esclarecer mal-entendidos e alinhar expectativas.
  • Identifica discrepâncias: Ao destacar diferenças significativas nas estimativas, o método ajuda a identificar áreas de incerteza ou tarefas que podem necessitar de mais análise.

Pontos de Atenção

  • Pode ser demorado: Se não for bem gerenciado, o processo pode se arrastar, especialmente se muitas tarefas precisarem ser estimadas.
  • Risco de influência: Membros da equipe com personalidades mais fortes podem influenciar as estimativas dos outros, mesmo que inconscientemente. É importante que o facilitador garanta um ambiente onde todos se sintam confortáveis para votar de acordo com sua própria avaliação.

O uso do Planning Poker para estimar projetos pode ser bem benéfico, acredito que ele seja melhor utilizado em times de engenharia com poucas pessoas, mas de qualquer forma é válido testar e ver se ela é a melhor opção para o seu contexto.

2. Método de Três pontos

O Método de Três Pontos é uma técnica robusta de estimativa de software que permite às equipes a lidar com a imprevisibilidade do desenvolvimento de software de maneira mais informada. Por meio da avaliação de três cenários distintos – otimista, pessimista e mais provável – para cada tarefa, a equipe pode realizar uma análise que abrange a gama de possíveis desfechos, oferecendo uma visão abrangente e equilibrada dos esforços necessários.

Um dos principais benefícios do método de três pontos é a capacidade de dar à equipe uma visão muito mais detalhada do que esperar em termos de esforço e tempo necessários para completar uma tarefa. Isso não só aumenta a precisão das estimativas, como também permite um planejamento mais eficaz. Ao entender os potenciais altos e baixos de cada tarefa, a equipe pode melhor alocar seus recursos e priorizar as atividades de acordo com os riscos e oportunidades identificados.

Além disso, essa abordagem traz à tona uma preparação mais sólida para lidar com incertezas. Ao mapear explicitamente os cenários otimista e pessimista, a equipe se torna mais consciente dos possíveis desafios e complicações que podem surgir, permitindo que estratégias de mitigação de riscos sejam planejadas com antecedência. Isso, por sua vez, contribui para uma maior resiliência do projeto, já que a equipe estará melhor equipada para lidar com imprevistos.

Outro benefício significativo é a promoção de decisões mais informadas. Com uma gama mais ampla de possíveis desfechos considerados, os gestores e líderes de equipe têm uma base mais sólida para tomar decisões críticas sobre o projeto, desde a definição de prazos até a distribuição de tarefas e a gestão de expectativas dos stakeholders.

Pontos de Atenção

  • Complexidade na Agregação: Determinar a estimativa mais provável a partir dos três cenários pode ser complexo e exigir uma compreensão profunda das tarefas e dos potenciais obstáculos.
  • Análise de Riscos: Embora o método ajude a preparar para incertezas, requer uma análise de riscos ativa e contínua para ser efetivamente aplicado, o que pode demandar tempo adicional.
  • Tendências Pessoais: Os membros da equipe podem ter tendências a serem excessivamente otimistas ou pessimistas em suas estimativas, o que pode distorcer a visão geral. É crucial que haja um equilíbrio nas perspectivas e que a equipe busque alcançá-lo por meio de discussões e alinhamento.

Implementar o Método de Três Pontos exige disciplina e uma abordagem metodológica, mas os benefícios de obter estimativas mais precisas e preparar a equipe para a variedade de resultados possíveis podem significativamente superar os desafios.

3. Grande Pequena Incerteza (LSU)

A abordagem Grande Pequena Incerteza (LSU) é uma metodologia de estimativa focada no gerenciamento eficaz de riscos. Ela classifica as tarefas ou componentes de um projeto com base no nível de incerteza associado a cada um deles, distinguindo-os como de “grande incerteza” ou “pequena incerteza”. Essa categorização ajuda as equipes de projeto a identificar onde devem direcionar sua atenção e recursos para mitigar riscos de forma mais eficiente.

Como Funciona a Grande Pequena Incerteza (LSU)

Nesta técnica, tarefas com “grande incerteza” são aquelas onde há uma variação significativa possível nos resultados ou no esforço necessário para completá-las, devido à falta de informações claras ou à presença de variáveis desconhecidas. Por outro lado, tarefas com “pequena incerteza” são mais previsíveis, com resultados e esforços que podem ser estimados com maior confiança.

Pontos de Atenção

  • Identificação Correta das Incertezas: O sucesso desta abordagem depende da capacidade da equipe em corretamente identificar e classificar as incertezas. Uma avaliação imprecisa pode levar à alocação ineficiente de esforços e recursos.
  • Necessidade de Revisão Contínua: As classificações de incerteza podem mudar à medida que o projeto avança e novas informações são descobertas. Portanto, é crucial revisar e ajustar as categorizações regularmente.

4. Estimativa PERT

A técnica PERT (Program Evaluation and Review Technique) é uma abordagem estatística que leva em conta a duração esperada de cada tarefa e as dependências entre elas para estimar a duração total do projeto. A equipe identifica as tarefas necessárias para concluir o projeto, estima a duração de cada uma e, em seguida, analisa as dependências entre as tarefas para calcular a duração total do projeto.

Funcionamento da Estimativa PERT

A base da Estimativa PERT é a criação de um diagrama que representa todas as tarefas necessárias para a conclusão do projeto, estimando três durações para cada uma delas:

  • Otimista (O): O menor tempo em que a tarefa pode ser concluída.
  • Provável (M): O tempo mais realista para a conclusão da tarefa, considerando eventuais problemas.
  • Pessimista (P): O maior tempo que a tarefa pode requerer, assumindo que tudo o que pode dar errado, de fato, aconteça.

A partir dessas três estimativas, é calculada uma média ponderada, que oferece uma previsão mais acurada do tempo necessário para cada atividade. Esse cálculo considera as incertezas e permite aos gestores terem uma visão mais realista do cronograma do projeto.

Benefícios da Estimativa PERT

  • Visão Completa do Projeto: Oferece uma compreensão detalhada de todas as atividades necessárias, destacando as dependências entre tarefas.
  • Identificação de Caminhos Críticos: Permite aos gestores identificar quais tarefas são essenciais para manter o projeto dentro do prazo, ajudando a priorizar esforços.
  • Flexibilidade no Planejamento: Ao considerar o melhor e o pior cenário, a PERT proporciona uma margem para ajustes no planejamento, tornando-o mais resiliente a imprevistos.
  • Decisões Baseadas em Dados: A análise estatística oferece uma base sólida para decisões de planejamento, reduzindo a margem de erro.

Pontos de Atenção

  • Complexidade na Implementação: Para projetos de menor escala, a técnica PERT pode ser mais complexa do que o necessário, demandando tempo e esforço adicionais.
  • Requer Conhecimento Específico: Para aplicar a técnica corretamente, é necessário um entendimento claro de como realizar análises estatísticas e construir o diagrama PERT.
  • Não Substitui a Flexibilidade: Embora ofereça uma estrutura para lidar com incertezas, a Estimativa PERT não substitui a necessidade de adaptação e flexibilidade ao longo do projeto.

5. Estimativa Análoga

A Estimativa Análoga é uma técnica que consiste em comparar o projeto atual com projetos passados semelhantes para estimar o esforço necessário. Essa técnica é rápida e fácil de aplicar, desde que existam dados históricos de projetos semelhantes disponíveis. No entanto, pode resultar em estimativas imprecisas se as tarefas aparentemente semelhantes se revelarem mais complexas do que o previsto.

Pontos de Atenção

  • Disponibilidade de Dados Históricos: A eficácia da estimativa análoga depende da disponibilidade e da relevância de dados históricos. Sem projetos anteriores comparáveis, pode ser difícil aplicar essa técnica.
  • Necessidade de Ajustes: Raramente dois projetos são exatamente iguais. Por isso, ajustes são frequentemente necessários para levar em conta as diferenças entre o novo projeto e os antigos. Isso exige um certo nível de julgamento e experiência.
  • Risco de Superficialidade: Há um risco de que a estimativa análoga, pela sua simplicidade, não capture todas as nuances de um novo projeto, especialmente se houver aspectos únicos ou inovadores que não estavam presentes nos projetos anteriores.

Conclusão

É importante ressaltar a relevância de selecionar a técnica mais apropriada para cada projeto, levando em consideração fatores como o tamanho da equipe, a complexidade do projeto e a experiência dos desenvolvedores envolvidos. Além disso, o comprometimento da equipe, a análise criteriosa dos requisitos e a adoção de metodologias ágeis também são fundamentais para garantir estimativas mais precisas e eficientes.

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