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Guia de Code Review em PHP + Checklist
Índice:

Guia de Code Review em PHP + Checklist

Índice:

Vamos ser sinceros: a maioria de nós tem uma relação complicada com code reviews. Eles podem parecer uma tarefa chata, um gargalo ou até mesmo uma crítica pessoal. Mas, quando bem feito, um processo sólido de code review php é a atividade de maior impacto que você pode adotar para melhorar seu código, sua equipe e seu produto. Não se trata de encontrar erros de digitação; trata-se de senso de dono coletivo e de construir software melhor e mais rápido.

Para o PHP moderno — pense em PHP 8+, Laravel ou Symfony — o jogo mudou. Temos ferramentas poderosas, tipagem forte e frameworks maduros. Nossos code reviews devem refletir essa maturidade. Não se trata de ficar procurando detalhezinhos de sintaxe que um linter consegue pegar. O objetivo é uma análise profunda e colaborativa do que estamos construindo e de como estamos fazendo isso.

Por que se dar ao trabalho? (Sério)

Em um cenário de prazos apertados e backlogs crescentes, é fácil ver o code review como algo “legal de ter, mas não essencial”. Eu diria que é o oposto. Ele é uma parte inegociável de uma equipe de alta performance.

É sua melhor defesa contra código ruim – Um review detecta bugs, falhas de segurança e gargalos de performance antes que cheguem à produção. É exponencialmente mais barato corrigir um problema em um pull request do que fazer um hotfix em um servidor de produção às 2 da manhã.

É uma máquina de compartilhar conhecimento – Um dev júnior aprende expressões do framework com um sênior. Um dev sênior aprende um novo recurso do PHP 8.1 com um júnior curioso. Todo mundo passa a entender melhor a codebase, o que acaba com os silos de conhecimento. Quando alguém sai de férias, o projeto não para.

Isso força você a escrever código melhor – Só o fato de saber que outra pessoa vai ler seu código já é uma grande motivação. Você começa a pensar com mais clareza sobre nomes de variáveis, complexidade de métodos e o “porquê” por trás das suas alterações. Seu primeiro rascunho já sai melhor.

A Anatomia de um Bom Review

Um bom code review vai muito além de guias de estilo. Seu linter pode cuidar do PSR-12. Uma pessoa revisora deve focar nas coisas que uma máquina não consegue ver. Gosto de pensar nisso em camadas, do mais abstrato para o mais concreto.

Lógica e Arquitetura: O “Porquê” e o “Onde”

Esta é a parte mais importante. Antes mesmo de ler uma linha de código, pergunte-se:

  • Esta mudança resolve o problema certo? Olhe o ticket ou a user story. O código realmente faz o que foi pedido? É surpreendente a frequência com que há uma desconexão.
  • Este código está no lugar certo? Uma nova regra de negócio está escondida em um controller em vez de uma service class dedicada? Uma query complexa está em um model em vez de um repository? Uma boa arquitetura consiste em colocar as coisas nas “caixas” certas. Esta é sua chance de garantir que isso aconteça.
  • A abordagem é sólida? Existe uma maneira mais simples de fazer isso? O desenvolvedor está usando um design pattern corretamente ou está criando uma solução complexa demais para um problema simples?
  • Isso é testável? Se você olha para o código e pensa “não tenho ideia de como escreveria um teste para isso”, é um grande sinal de alerta. Geralmente, significa que o código está muito acoplado. Incentive a injeção de dependência e uma clara separação de responsabilidades para que os testes não fiquem para depois.

Segurança: Parta do Princípio da Má-fé

Cada trecho de código que lida com dados do usuário ou com o banco de dados é um risco de segurança em potencial. Seu trabalho como revisor é ser paranoico em nome dos seus usuários.

Input é veneno. Nunca confie nele. Todos os dados fornecidos pelo usuário estão sendo validados? Isso inclui dados de formulários, parâmetros de URL e inputs de API. Em Laravel, estão usando Form Requests? Em Symfony, estão usando o componente Validator?

Output é perigoso. Você está prevenindo Cross-Site Scripting (XSS)? Frameworks como Laravel (com a sintaxe {{ }} do Blade) e Symfony (com o auto-escaping do Twig) fazem grande parte do trabalho pesado, mas fique atento aos locais onde a saída de dados brutos ({!! !!}) é usada. Pergunte por quê.

Fique de olho nas suas queries. Todas as consultas ao banco de dados estão usando o query builder ou um ORM como Eloquent/Doctrine? Isso previne a maioria dos ataques de SQL injection. Se você vir SQL bruto com variáveis concatenadas, pise no freio imediatamente.

Performance: Evite o Pesadelo do N+1

Uma feature que funciona, mas derruba o sistema, é um fracasso. Problemas de performance geralmente surgem com pequenas alterações que parecem inofensivas.

– O Problema da Query N+1

Este é o bug clássico de performance em PHP. Um desenvolvedor carrega 100 posts e, dentro do loop, faz uma query separada para o autor de cada post. Boom, 101 queries. Procure por loops que executam queries ao banco de dados e verifique se o eager loading (como o with() do Eloquent) pode resolver isso.

– Complexidade Algorítmica

Você não precisa de um diploma em Ciência da Computação para identificar problemas. O código está iterando sobre um array enorme dentro de outro loop? Isso é um potencial abismo de performance. Pergunte se uma estrutura de dados diferente (como um hash map usando chaves de array) poderia tornar a busca mais rápida.

– Oportunidades de Cache

O código está calculando algo custoso que não muda com frequência? Talvez seja um candidato para cache. É um bom momento para perguntar: “Poderíamos armazenar este resultado em cache por alguns minutos?”

Tratamento de Erros e Logging

Código que falha silenciosamente é uma bomba-relógio. Um bom tratamento de erros não se resume a blocos try/catch; trata-se do que você faz dentro deles.

  • As exceções estão sendo tratadas de forma adequada? Um bloco catch vazio é um pecado capital. No mínimo, os erros devem ser registrados em log.
  • As mensagens de log são realmente úteis? Um log que diz “Ocorreu um erro” é inútil. Uma boa mensagem de log inclui contexto: qual usuário foi afetado, quais dados estavam sendo processados e um stack trace. “Falha ao processar pagamento para user_id: 123 com order_id: 456. Exception: Stripe API connection timeout.” Agora sim, este é um log com o qual se pode trabalhar.

O Elemento Humano: Como Dar um Bom Feedback

A forma como você se comunica é tão importante quanto o que você comunica.

Pergunte, não mande – Em vez de “Mude isso para uma service class”, tente “O que você acha de extrair essa lógica para uma service class dedicada? Isso poderia facilitar os testes”. Isso abre uma discussão em vez de dar uma ordem.

Envie seus comentários em lote – Não comente aos poucos ao longo de várias horas. Faça uma passagem completa e envie sua revisão de uma só vez. É mais respeitoso com o tempo do autor.

Elogie em público – Se você vir uma solução muito inteligente ou um trecho de código limpo, deixe um comentário positivo! Um bom review não é só para encontrar defeitos.

Checklist Code Review em PHP

Ok, a teoria é ótima, mas o que você realmente faz quando um novo PR cai na sua fila? Aqui está um checklist prático. Não sinta que precisa marcar cada item todas as vezes, mas use-o como um guia para treinar seu olhar.

✅ Primeira Passagem: A Visão Geral

  •  Clareza: O título e a descrição do PR estão claros? Eu entendo o que esta mudança faz e por que ela é necessária?
  •  Escopo: O PR foca em uma única responsabilidade? Ou é um PR monstro misturando a correção de um bug, uma nova feature e uma refatoração? (Incentive PRs menores e mais focados).
  •  Arquitetura: Este código pertence a este lugar? Ele segue os padrões estabelecidos da sua aplicação (ex: Services, Repositories, Actions)?

✅ Lógica e Correção

  •  Funcionalidade: O código faz o que diz que faz? Algum caso extremo óbvio foi esquecido? (ex: valores zero, strings vazias, nulos).
  •  Complexidade: Algum método ou função está tentando fazer coisas demais? Poderia ser quebrado em partes menores e mais legíveis?
  •  Legibilidade: Os nomes de variáveis e métodos são claros e sem ambiguidades? Um novo desenvolvedor conseguiria entender este código daqui a seis meses?

✅ Segurança

  • Validação de Input: Todo input externo (POST, GET, chamadas de API) está sendo estritamente validado?
  • SQL Injection: Todas as queries ao banco de dados usam o ORM/Query Builder? Nenhum SQL bruto com concatenação de strings?
  • Prevenção de XSS: Todo output está sendo devidamente escapado? Desconfie especialmente de qualquer output com raw ou !!.
  • Autorização: O código verifica se o usuário está autenticado e autorizado para realizar esta ação?

✅ Performance

  • Queries ao Banco de Dados: Existem loops fazendo queries? Verifique possíveis problemas de N+1 e recomende eager loading.
  • Manuseio de Dados: O código está carregando uma quantidade enorme de dados na memória? Poderia ser processado em lotes (chunks) ou com um generator?
  • Operações Custosas: Existem operações lentas (chamadas de API, cálculos complexos) que poderiam ser movidas para um job em background ou colocadas em cache?

✅ Testes

  • Cobertura de Testes: O novo código tem testes correspondentes? Os testes existentes ainda passam?
  • Qualidade dos Testes: Os testes realmente validam algo significativo? Eles testam o “caminho feliz” e também os casos de falha?
  • Testabilidade: O design do código facilita os testes? Ou ele depende de estado global e métodos estáticos que são difíceis de mockar?

✅ Organização e Estilo

  • Linter/Análise Estática: O pipeline de CI passou? (Se não, o review nem deveria começar).
  • Comentários: Existem comentários explicando o “porquê” e não o “o quê”? Existe algum código morto ou comentado que deveria ser removido?
  • Dependências: As novas dependências são necessárias? Elas foram avaliadas?

Code review é uma habilidade. Requer prática. Mas, ao focar nos conceitos de alto nível e deixar que as ferramentas cuidem do resto, você transforma essa atividade de uma tarefa tediosa em uma das mais impactantes que você realiza como desenvolvedor.

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