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Como melhorar as estimativas na gestão de projetos

Como melhorar as estimativas na gestão de projetos

Quando falamos em gestão de um time de engenharia de software, os principais desafios que vem à cabeça são como estimar as atividades, e como lidar com as expectativas dos stakeholders. O fato é que estimativas feitas durante a fase de planejamento sempre são otimistas, considerando o “caminho feliz”, o que na prática, é raro de acontecer. Além disso, mesmo com uma excelente especificação e bom planejamento das atividades, é quase impossível estimar a quantidade de horas ou dias exatos que vai levar para uma nova feature do sistema ficar disponível para o cliente.

E aqui vem o maior problema, nós estamos falando de estimativas e não de um prazo assertivo de quando a atividade será finalizada. Obviamente, não podemos deixar o projeto “correr solto”, precisamos ter um time-line e o mínimo de previsibilidade para podermos evoluir o produto, e fazer o roadmap acontecer, mas precisamos também trabalhar com a realidade. E aqui vão algumas dicas de como podemos trabalhar com prazos, mas realistas.

Como melhorar as estimativas do meu time?

Trabalhe com intervalos de tempo e não datas exatas

Uma das principais coisas que precisamos entender, é que não dá para definirmos um dia exato que uma feature, ou um pacote de features vai ser entregue em produção. Existem muitas variáveis envolvidas no processo, além dos impedimentos e desafios técnicos que podem ser encontrados durante o desenvolvimento, quem nunca precisou repensar uma feature? Ou então, achou uma falha lógica durante os testes/homologação da atividade, relacionada a uma regra ou módulo antigo do sistema, que não foram considerados durante o planejamento? 

Bom, isso faz parte do dia a dia de trabalho de qualquer time de desenvolvimento, e reajustar a rota faz parte do processo. Da mesma forma que não podemos definir datas exatas, é também muito difícil conseguir prever todos esses problemas durante o planejamento e refinamento das atividades. Por isso, sempre faça estimativas com intervalos de tempo: sendo otimista entregamos isso em 10 dias, e sendo mais pessimista entregamos em 14 dias, então sabemos que aquele pacote será entregue entre 10 a 14 dias.

Arrume o trilho do trem, com o trem em movimento

É claro que simplesmente começar a trabalhar com intervalos, não vai solucionar todos os problemas das estimativas. Mas aqui entra um segundo passo, que combinado com essa questão da estimativa em intervalo, pode ajudar a melhorar as coisas.

Quando falamos em desenvolvimento de software e estimativas, normalmente nós temos 3 fatores principais que devem ser considerados: tempo, qualidade e investimento. Você já deve ter visto ou ouvido sobre isso quando procurava conteúdos de gestão de times de engenharia, então vou resumir o conceito.

Se você quer fazer em pouco tempo e com muita qualidade, vai gastar mais dinheiro. Se você quer economizar dinheiro, e manter a qualidade, vai gastar mais tempo. Agora, se você quer economizar tempo e dinheiro, provavelmente a qualidade vai ficar de lado. No mundo ideal seria: gastar pouco dinheiro, fazer rápido e com alta qualidade, mas isso é bem difícil. Por isso, normalmente nós prezamos por manter a qualidade, já temos um orçamento aprovado e a única coisa que podemos ajustar é o tempo.

Porém, existe um quarto elemento: o escopo, que nada mais é do que a forma como vamos entregar algo para o nosso cliente. Quando temos essa noção de que podemos entregar valor para o cliente, com mais ou menos detalhes numa feature do sistema, e combinamos isso com a nossa estimativa de intervalo de tempo, as coisas começam a tomar mais forma.

Em resumo, o que precisamos é ter muito claro o nosso intervalo de tempo e acompanhar o desenvolvimento a cada dia, se estamos perto da menor data do nosso prazo, e longe de concluir a feature, é hora de diminuir o escopo. E isso deve ser feito sem cerimônia, pois aquela ideia de colocar mais gente no meio da demanda para ajudar a entregar a tempo, só vai causar mais atrasos, foque em ajustar a entrega de valor dentro do tempo disponível.

Faça estimativas baseadas em dados históricos e não achismo

Uma coisa que vejo frequentemente os times errando, é que toda vez que vão estimar algo, sempre fazem aquela “conta de padaria”: isso dá pra fazer em 2 dias, aquilo em 3 e assim por diante. Ou então, ficam tentando lembrar quanto tempo gastaram para fazer uma feature X no passado, e tentam estimar a nova baseada nisso. É claro que isso não funciona bem, e as chances de definir um prazo (mesmo com intervalo) muito errado, são grandes.

Por isso, é muito importante coletar métricas do time, como Throughput, Lead Time, Lead Time Breakdown, WIP Limit e outras. Quando temos um histórico de métricas e sabemos quanto tempo em média leva para entregar uma feature, baseando-se no que o time já fez e não no que pretende fazer, nossas estimativas tendem a ser mais realistas.

E aqui vai um ponto importante, apesar de eu ter citado “tempo médio”, nunca considera a média de tempo que o time leva para entregar uma feature, a variação normalmente é alta, e pode tanto dar um prazo exageradamente grande, quanto também um prazo impossível de atingir. Uma forma melhor de fazer isso é usando percentis, e podemos combinar isso muito bem com a questão de prazos de entrega em intervalos de tempo. 

Apenas para deixar mais claro, caso você não se lembre como funciona. Quando falamos, por exemplo, que o percentil 75 do tempo de entrega do time é de 7 dias, estamos dizendo que 75% das entregas que o time já realizou, ocorreram em até 7 dias.

Por isso, normalmente fazemos assim: o percentil 50 é o prazo otimista, o percentil 75 é mais realista, e o percentil 95 é o pessimista. Normalmente é mais seguro trabalhar entre o p75 e o p95, mas isso também depende da natureza da feature, se for algo com um escopo mais maleável, pode-se trabalhar com o p50 e p75. 

De qualquer forma, olhando para as métricas históricas do time e usando percentis ao invés de média, os intervalos das estimativas de entrega do seu time, serão mais confiáveis.

Próximos passos

Lembre-se que essas são apenas algumas dicas de como melhorar as estimativas do seu time, mas se você se interessa pelo assunto de gestão de times de engenharia e como lidar com prazos e entregas, veja também nossos artigos sobre como funcionam cada uma dessas métricas: Throughput, Lead Time, Lead Time Breakdown. 

Vale mencionar que essas métricas todas estão conectadas, então se nas últimas duas semanas a capacidade de entrega do seu time (Throughput) diminuiu, o seu Lead Time aumentou – e olhando o Lead Time Breakdown por etapa do fluxo, você pode encontrar uma fase que está gerando um gargalo e atrapalhando as entregas. Além disso, pode ser que o seu time esteja trabalhando com um limite de WIP muito alto, e que isso esteja dificultando o processo de entrega.

Gerir as métricas de um time pode dar trabalho, mas com certeza é um investimento de tempo que vale a pena fazer para melhorar os resultados do seu time.

E se você está procurando uma ajuda especializada nisso, conheça a Kody, nosso copilot de gestão de projetos com uso de IA. Toda essa parte de acompanhar as métricas do time, relacionar os resultados e entender se as atividades estão no prazo ou precisam de um ajuste de escopo, ela consegue fazer para você, além de muitos outros recursos como apoio para a daily, sumarização semanal dos resultados do time, chat para tirar dúvidas com a IA e muitos outros recursos.

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