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Melhorando a qualidade dos Pull Requests

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Quanto melhor um time lida com as revisões de código, maior é a eficiência, a entrega de valor e o bem-estar dos desenvolvedores. Mas o que faz os Pull Requests (PR) serem mais fáceis de serem revisados? Existem alguns fatores que influenciam diretamente nisso, e é sobre eles que vamos falar hoje.

1. Tamanho do PR / Quantidade de mudanças

Esse é o mais óbvio e, muitas vezes, o mais negligenciado. O tamanho do Pull Request, ou seja, a quantidade de mudanças feitas em um único PR, impacta diretamente na carga cognitiva do revisor. Quanto maior o PR, maior a dificuldade de entender o contexto, identificar problemas e garantir a qualidade do código.

A regra geral é tentar manter o PR pequeno e objetivo. Estudos mostram que PRs com menos de 50 linhas de código alteradas têm maior probabilidade de serem revisados rapidamente e aceitos com menos rejeições. Times que conseguem manter PRs pequenos relatam um aumento de até 40% na velocidade de entrega para produção.

Então, se você está enfrentando dificuldades com Code Reviews, talvez o primeiro passo seja olhar para o tamanho dos Pull Requests que você está enviando. Pergunte-se: esse PR pode ser dividido em partes menores? Se sim, faça isso! Pequenos Pull Requests não apenas aceleram o processo de revisão, como também reduzem a frustração dos revisores.

2. Qualidade da descrição das alterações

Outro aspecto que muitas vezes não recebe a atenção que merece é a descrição do PR. Uma boa descrição faz toda a diferença na eficiência da revisão. Ela deve incluir:

  • Motivo da mudança: Por que essa mudança está sendo feita? Qual problema ela resolve?
  • O que está sendo alterado: Quais partes do sistema estão sendo afetadas por essa modificação?
  • Breaking changes: Existe alguma quebra de compatibilidade que o time deve saber?

Quando os revisores recebem um PR com uma descrição clara, eles conseguem entender rapidamente o contexto e os objetivos da mudança, o que torna todo o processo de revisão mais fácil e menos propenso a mal-entendidos.

Pense na descrição como um guia para quem vai revisar seu código. Ela deve ser clara e direta, sem rodeios. Se você não consegue lembrar exatamente o que fez e por quê, imagine como será para um colega que não esteve envolvido na implementação desde o início.

3. Histórico de commits

O histórico de commits também é um fator importante para facilitar a revisão dos PRs. Pull Requests com muitos commits tendem a ser mais difíceis de revisar, pois muitas vezes eles contêm mudanças intermediárias que não são mais relevantes ou que foram corrigidas depois.

Uma boa prática é manter um histórico de commits limpo e conciso. Antes de abrir um PR, tente fazer squash dos commits para agrupar mudanças relacionadas e remover aqueles que não agregam valor (como “corrigindo bug” ou “ajuste rápido”). Além disso, seja claro nas mensagens dos commits. Mensagens concisas e explicativas transmitem confiança para quem está revisando e ajudam a deixar o processo mais transparente.

Um bom histórico de commits é quase como um registro detalhado do pensamento por trás das mudanças. Ele ajuda a documentar o processo de tomada de decisão e garante que, caso algo precise ser revisitado no futuro, todos entendam o que foi feito e por quê.

4. Evite as temidas revisões de última hora

Nada torna um PR mais difícil de revisar do que a pressão de uma revisão urgente. PRs que precisam ser revisados “para ontem” geralmente não recebem a atenção que merecem, e isso pode resultar em problemas passando despercebidos ou em um feedback superficial.

A urgência muitas vezes leva a uma revisão apressada e, consequentemente, a uma análise menos profunda. Revisores que estão sob pressão tendem a cometer erros e a deixar passar detalhes importantes.

Para evitar esse cenário, é fundamental trabalhar com um fluxo de trabalho que priorize a organização e o planejamento. Antecipar necessidades e garantir que os PRs sejam abertos com tempo suficiente para serem revisados com calma são práticas essenciais. Uma boa comunicação dentro do time também ajuda a reduzir a quantidade de urgências, garantindo que todos estejam cientes das prioridades e prazos.

Se um PR urgente for inevitável, tente torná-lo o mais fácil possível de revisar. Inclua uma descrição clara, divida o PR em partes menores, se possível, e comunique-se diretamente com o revisor para que ele entenda o contexto da urgência. Lembre-se: revisões de última hora devem ser a exceção, e não a regra.

5. PRs pequenos e frequentes vs. PRs grandes e oportunos

Existe um debate sobre a frequência e o tamanho dos PRs, e a verdade é que há vantagens e desvantagens para os dois lados. No entanto, na maioria dos casos, Pull Requests menores e frequentes são melhores do que PRs grandes e esparsos.

PRs pequenos são mais fáceis de revisar porque contêm menos mudanças e, portanto, exigem menos esforço do revisor. Eles também permitem que o feedback seja dado mais rapidamente, o que contribui para um ciclo de desenvolvimento mais ágil. Revisões rápidas significam que as mudanças podem ser integradas ao código principal mais cedo, reduzindo a probabilidade de conflitos complexos de merge.

Por outro lado, PRs grandes tendem a acumular muitas mudanças que podem ser difíceis de entender em conjunto. Eles aumentam o risco de conflitos de merge e tornam o processo de revisão mais longo e cansativo. A chance de passar despercebido um erro ou uma implicação inesperada também aumenta muito com PRs grandes.

Um ponto importante a considerar é que PRs pequenos e frequentes incentivam uma cultura de entrega contínua e melhoria incremental. Eles promovem uma abordagem em que cada pequena mudança é validada e integrada rapidamente, facilitando a adaptação a novas informações ou mudanças de requisitos. Além disso, quando cada PR contém uma mudança específica e isolada, é mais fácil identificar e corrigir problemas caso algo dê errado.

Claro, existem casos em que PRs grandes são necessários, como quando há uma grande refatoração ou a introdução de um novo recurso significativo. Nesses casos, a transparência e a comunicação dentro do time são fundamentais. Divida o PR em commits lógicos e bem descritos, e considere realizar revisões parciais ou em pares, para que o processo seja o mais eficiente possível.

No fim das contas, a chave é encontrar um equilíbrio saudável. Idealmente, o time deve buscar manter os PRs pequenos e frequentes sempre que possível, mas estar preparado para lidar com PRs maiores de forma organizada e planejada, quando necessário.

Como Facilitar a Revisão de Pull Requests

Um bom Pull Request é aquele que torna o processo de revisão fluido, eficiente e positivo para todo mundo. Para isso, devemos focar no tamanho das mudanças, na qualidade das descrições, na clareza dos commits e na colaboração empática entre desenvolvedores e revisores.

Manter PRs pequenos, bem descritos e com um histórico de commits limpo não só facilita a revisão como também melhora a qualidade do software entregue. Com o tempo, essas práticas se tornam parte da cultura do time, trazendo benefícios que vão além de um simples ganho de produtividade — elas ajudam a construir um ambiente de trabalho mais saudável e colaborativo.

Se você está com dificuldades em seus Code Reviews, que tal dar uma olhada nos seus Pull Requests atuais? Existe algo que poderia ser dividido ou descrito melhor? Pequenos ajustes podem fazer uma grande diferença na eficiência do seu time e na qualidade do código entregue.

Espero que essas dicas ajudem você a tornar o processo de revisão mais leve e eficiente. Afinal, um bom Code Review não é só sobre encontrar erros, mas sobre aprender, colaborar e construir o melhor software possível.

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