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DORA Accelerate State of DevOps 2024: principais insights

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O Relatório DORA Accelerate State of DevOps 2024 está cheio de insights que podem transformar a forma como times de tecnologia trabalham. Neste ano, o foco foi intenso no impacto da IA e nas mudanças que ela trouxe para a engenharia de software. Vou te dar uma visão geral dos pontos mais importantes, para que você possa decidir se vale a pena mergulhar no relatório completo.

Em 2024, o grande destaque foi o uso da IA nos times de engenharia e o crescimento da engenharia de plataformas, trazendo práticas e reflexões fundamentais para quem quer se destacar em um cenário de inovação contínua.

Fizemos um resumão pra você, bora lá?

Participantes da Pesquisa DORA Accelerate State of DevOps

Para elaborar o Relatório DORA 2024, mais de 39 mil profissionais ao redor do mundo compartilharam suas experiências. Esses participantes incluem desenvolvedores, líderes de tecnologia, engenheiros de plataformas, cientistas de dados e muitos outros profissionais envolvidos com o ciclo de vida do desenvolvimento de software. Essa ampla participação nos permite capturar uma fotografia fiel do que está acontecendo em diversos setores e em diferentes tipos de empresas.

Uma novidade este ano foi a realização de entrevistas mais aprofundadas, além da tradicional pesquisa quantitativa. Assim, a DORA conseguiu obter contextos mais ricos e identificar nuances que, muitas vezes, os números sozinhos não capturam. Isso dá uma camada extra de confiabilidade aos achados e ajuda a entender melhor as dinâmicas dentro das organizações de tecnologia.

Fatores de Performance de Software

A pesquisa deste ano reforça a importância das famosas DORA Metrics para medir o desempenho das equipes. Essas métricas são: Tempo de Lead para Mudanças, Frequência de Implantação, Taxa de Falha nas Mudanças e Tempo de Recuperação de Falhas. Equipes de elite se destacam em todas essas quatro métricas, e o relatório mostrou que, apesar de desafios variados, é possível melhorar o desempenho em qualquer setor, não importando a indústria.

Uma descoberta interessante foi que a taxa de falha nas mudanças está cada vez mais relacionada com a necessidade de retrabalho. Isso significa que times que enfrentam muitos problemas em suas implantações acabam tendo que investir mais tempo corrigindo erros, o que impacta diretamente na capacidade de entregar valor de maneira rápida e consistente.

Benchmarks de Níveis de Desempenho

O relatório DORA Accelerate State of DevOps também trouxe uma análise detalhada dos diferentes níveis de desempenho das equipes, utilizando as DORA Metrics como base. Foram identificados quatro níveis de desempenho: Elite, Alto, Médio e Baixo. Esses níveis ajudam as equipes a se situarem no contexto do mercado e compreenderem onde estão em termos de práticas de entrega de software.

DORA Accelerate State of DevOps
Informações – DORA Accelerate State of DevOps
  • Nível Elite: Equipes que conseguem um lead time menor que um dia e fazem deploys sob demanda, com uma taxa de falha de apenas 5% e tempo de recuperação de menos de uma hora. Apenas 19% das equipes atingiram esse nível em 2024, destacando o desafio de se manter no topo da eficiência.
  • Nível Alto: Times com lead time entre um dia e uma semana, realizando deploys entre uma vez por dia e uma vez por semana, e com uma taxa de falha de 20%. Eles conseguem recuperar falhas em menos de um dia. Cerca de 22% dos times se encontram nesse nível.
  • Nível Médio: Equipes que levam entre uma semana e um mês para implementar mudanças, com deploys entre uma vez por semana e uma vez por mês, e taxa de falha de 10%. Esses times também conseguem recuperar falhas em menos de um dia. Este grupo representa 35% dos participantes.
  • Nível Baixo: Equipes que têm um lead time entre um mês e seis meses e fazem deploys com frequência variando entre uma vez por mês e uma vez a cada seis meses. A taxa de falha chega a 40%, e o tempo de recuperação varia entre uma semana e um mês. Cerca de 25% dos times se encontram neste nível.

Esses benchmarks são úteis para ajudar as equipes a identificar oportunidades de melhoria e definir metas realistas. A mudança de foco, mencionada no relatório, está menos em alcançar o nível “elite” e mais em adotar uma mentalidade de melhoria contínua, buscando progressos graduais ao invés de se prender a rótulos.

Impactos da Adoção da IA

Um dos pontos de maior destaque no relatório DORA 2024 foi o impacto da adoção da IA nas equipes de desenvolvimento. A IA já é uma realidade e está presente em várias fases do desenvolvimento de software. A pesquisa revelou que a IA está ajudando a aumentar a produtividade, melhorar o fluxo de trabalho e elevar a satisfação no trabalho para muitos desenvolvedores. Além disso, a IA tem impactado positivamente a qualidade do código, a documentação interna e os processos de revisão.

Por outro lado, a pesquisa também destacou que a adoção da IA traz alguns desafios. Observou-se uma redução no desempenho de entrega de software em equipes que adotaram IA, e também um impacto negativo na estabilidade das entregas. Uma das hipóteses levantadas é que, por conta da maior rapidez na geração de códigos, os times podem estar lidando com um aumento do tamanho dos pacotes de mudanças, o que prejudica a estabilidade e aumenta a possibilidade de falhas.

Crescimento da Engenharia de Plataformas

Outro tema explorado no relatório foi o crescimento da engenharia de plataformas. A ideia central é criar plataformas internas que permitam que os desenvolvedores se concentrem apenas no código, enquanto a plataforma cuida de tarefas repetitivas e burocráticas, como provisionamento de infraestrutura e execução de testes automatizados. Essa abordagem teve um impacto significativo na produtividade das equipes, aumentando em até 10% o desempenho de times que utilizam plataformas internas.

Contudo, nem tudo são flores. A pesquisa mostrou que, embora a engenharia de plataformas traga ganhos claros em produtividade, ela também pode reduzir o throughput devido ao aumento no número de etapas que uma mudança precisa passar antes de ser implantada. Isso significa que a plataforma pode trazer uma certa burocracia ao processo, o que diminui a velocidade das entregas.

Impacto do Contexto na Performance das Equipes

Outro ponto interessante que o relatório destacou é como o contexto em que a equipe está inserida afeta a performance. Equipes que têm prioridades instáveis tendem a sofrer com produtividade mais baixa e maiores índices de burnout. A estabilidade de prioridades é essencial para manter um bom desempenho e evitar o esgotamento dos membros da equipe.

Além disso, o estudo enfatizou a importância da liderança transformacional. Líderes que inspiram suas equipes, criam visão e apoiam o desenvolvimento pessoal conseguem elevar tanto a performance dos times quanto a satisfação no trabalho. Essa abordagem não apenas motiva a equipe, mas também ajuda a estabelecer um propósito claro, alinhando as ações diárias dos membros aos objetivos estratégicos da organização. Quando as equipes têm clareza sobre as prioridades e o suporte adequado dos líderes, elas são mais propensas a atingir um desempenho consistente e de alta qualidade.

A cultura organizacional também desempenha um papel fundamental. Times que operam em ambientes com cultura de segurança psicológica — onde os membros se sentem seguros para correr riscos, cometer erros e aprender com eles — tendem a ser mais resilientes e inovadores. Essa segurança permite que os times enfrentem desafios com mais confiança, colaborem de forma mais aberta e sejam mais eficazes na solução de problemas, contribuindo diretamente para a melhora do desempenho e para a redução do burnout.

IA e Trabalho Valioso: Uma Relação Complexa

Outro aspecto intrigante é que, embora a IA esteja claramente aumentando a produtividade, ela não está necessariamente ajudando os desenvolvedores a gastar mais tempo em trabalho valioso. O relatório sugeriu que, ao tornar certas tarefas mais rápidas, a IA acaba criando uma “folga de tempo”, mas não necessariamente transforma esse tempo extra em atividades mais significativas. Esse paradoxo mostra que, mesmo com a automação de tarefas, é preciso repensar como utilizamos nosso tempo para maximizar o valor gerado.

Para garantir que a IA traga valor real e duradouro, é importante que os líderes e as equipes definam claramente como o tempo liberado será aproveitado. Sem uma estratégia para realocar esse tempo de maneira produtiva, as melhorias de eficiência se perdem em tarefas de menor impacto. Equipes que conseguem identificar áreas onde o tempo extra pode ser usado para inovação, aprimoramento de habilidades ou resolução de problemas complexos colhem os melhores frutos da adoção de IA.

Outro ponto é a necessidade de um equilíbrio entre automação e criatividade. A IA é excelente em executar tarefas repetitivas e previsíveis, mas o verdadeiro trabalho valioso — aquele que envolve pensamento crítico, criatividade e inovação — continua a ser melhor executado por seres humanos. Portanto, o uso estratégico da IA deve ser acompanhado por uma cultura que valorize o trabalho criativo e incentive os desenvolvedores a usar suas habilidades humanas de forma complementar à tecnologia.

Foco na Melhoria Contínua

Como em anos anteriores, o DORA reforça a necessidade de adotar uma mentalidade de melhoria contínua. Isso significa avaliar constantemente como estão os processos, identificar pontos de melhoria e realizar pequenos experimentos para testar novas ideias. Os times que investem em melhoria contínua e possuem mecanismos para obter feedback de suas ações são aqueles que mais colhem benefícios a longo prazo.

A melhoria contínua exige um ciclo consistente de aprendizado e adaptação. Um aspecto fundamental é o uso regular de retrospectives e revisões para avaliar o que funcionou bem e o que precisa ser melhorado. Esses encontros ajudam a equipe a refletir sobre suas práticas, ajustar processos e experimentar novas abordagens. A experimentação deve ser incentivada, pois pequenos ajustes e novos métodos podem levar a ganhos significativos de eficiência e qualidade.

Além disso, a transparência é essencial para a melhoria contínua. Quando os membros da equipe têm acesso a dados claros sobre desempenho — como as DORA Metrics — e compreendem o impacto de suas ações, eles se tornam mais engajados e propensos a colaborar para alcançar metas comuns. É importante criar um ambiente onde todos se sintam responsáveis e capacitados para sugerir melhorias e participar ativamente da evolução dos processos.

Aplicando os Insights da na Sua Equipe

Os resultados do DORA Accelerate State of DevOps mostram que, embora a tecnologia evolua rapidamente, os fundamentos do sucesso em engenharia de software continuam os mesmos: foco no usuário, melhoria contínua e boas práticas de liderança. A adoção da IA, apesar dos desafios, oferece um enorme potencial de melhoria, desde que acompanhada de uma gestão cuidadosa e da atenção para não sacrificar a qualidade em nome da velocidade.

Experimentar novas tecnologias é essencial, mas é igualmente importante avaliar criticamente o impacto delas e ajustar os processos conforme necessário. O uso das DORA Metrics continua sendo uma maneira eficaz de medir o desempenho e buscar a melhoria contínua.

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