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Squads: O modelo que deu agilidade as empresas

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O modelo de squads, desenvolvido em 2012 por Henrik Kniberg, então coach do Spotify Agile, baseia-se em metodologias ágeis pré-existentes, possuindo algumas particularidades que fizeram com que ele se tornasse uma estratégia inovadora quando se trata de desenvolvimento ágil de software.

A ideia surgiu a partir de dificuldades encontradas pelos profissionais da empresa sueca de streaming em relação ao Scrum, uma metodologia ágil que, naquele momento, não atendia mais às necessidades do produto que estava sendo desenvolvido e do time, em relação à produtividade e a gestão de equipes.

Com o intuito de aumentar a satisfação dos colaboradores e garantir mais autonomia aos times ágeis, o que antes era algo essencialmente experimental, mesmo que documentado, ganhou a atenção de outros negócios e hoje é visto como um modelo que deu agilidade a diversas organizações que buscavam alavancar a escalada de seus produtos.

Como este modelo funciona?

É possível entender o modelo de squads como times multidisciplinares de desenvolvimento, que contam com um número reduzido de profissionais e auto-gerenciam suas entregas.

Cada uma destas equipes reúne uma média de oito profissionais das mais diferentes áreas da TI, liderados por um Product Owner (PO) que orienta as atividades do time, elenca prioridades e garante a agilidade do desenvolvimento da parte do projeto em que seu time é responsável.

Cada squad possui suas metas e estratégias, baseados e alinhados aos objetivos e estratégias gerais da startup. São estas micro-metas e micro-estratégias que garantem a agilidade nas entregas e no desenvolvimento dos produtos, já que elas são definidas periodicamente, de acordo com as necessidades de cada equipe e da empresa de modo geral.

Além das squads, existem outras três subdivisões (ou agrupamentos) que tornam os times cada vez mais colaborativos. São elas as: tribes, chapters e as guilds. 

Neste conteúdo, vamos apenas dar uma pincelada nos conceitos gerais destas subdivisões, pois já falamos sobre elas no artigo: Modelo Spotify Squad: Entenda como ele funciona

Tribes 

Tribes, ou “tribos” em português, são um conjunto de squads que atuam em seções semelhantes no desenvolvimento de um produto e colaboram entre si para atingir um objetivo em comum. 

A ideia por trás das tribes é aumentar o fluxo de informações, a troca de ideias e auxiliar na resolução de problemas. Por isso, é interessante que as equipes que fazem parte de uma determinada tribe estejam sempre em comunicação entre si, trocando experiências, insights e até mesmo alinhando suas tarefas.

Chapters

Os chapters, termo que em português pode ser traduzido como “divisão”, é uma categoria que reúne os profissionais que exercem funções iguais, mas que fazem parte de squads diferentes. Por exemplo: um desenvolvedor full-stack que pertence à Squad A, integra o chapter juntamente com o desenvolvedor full-stack que pertence à Squad B. 

Essa categoria permite que a troca de experiência entre talentos de uma mesma área seja ainda mais ampla, já que estes podem compartilhar ideias, auxiliar na resolução de problemas uns dos outros, e assim tornar a condução do projeto mais dinâmica. 

Guilds

Guilds, ou “guildas”, consistem em grupos de profissionais que podem ser de tribes ou squads diferentes, mas que se reúnem com o objetivo de trocar experiências e aprender sobre um determinado assunto em comum. 

Benefícios do modelo de squads para o seu negócio

Existem diversos benefícios em implementar as squads em sua startup, como o aumento da autonomia dos talentos, o fortalecimento da cultura e até a promoção de mais inovação para os seus projetos. Abaixo, elencamos as principais vantagens que as empresas encontram ao se inspirar no modelo de agilidade do Spotify.

Mais autonomia e alinhamento das equipes

O fato de que no modelo de squads os times precisam se autogerenciar garante aos talentos muito mais autonomia para que eles executem seu trabalho da forma que julgam mais eficiente. 

Quando você, no papel de gestor, controla os colaboradores através de uma liderança de microgestão, acaba afastando os profissionais, que sentem-se pressionados. Ao mesmo tempo, não exercer o papel de líder de uma equipe, delegando tarefas e instruindo no que for necessário, pode gerar uma grande desconexão entre os membros, afetando o resultado final do projeto. 

Por isso, um dos principais benefícios das squads está na possibilidade de equilibrar autonomia e liderança de forma a deixar a equipe o mais alinhada possível para executar as tarefas necessárias e cumprir os objetivos da squad, de acordo com as macro-estratégias da empresa. Quanto mais autonomia você dá para seus talentos, mais engajados eles se tornam, e o resultado disso são produtos cada vez melhores. 

Fortalecimento da cultura 

Empresas que possuem uma cultura organizacional focada nas pessoas que compõem o ambiente de trabalho se beneficiam, e muito, com a implementação das squads em seus projetos. 

Isso porque o modelo de desenvolvimento ágil do Spotify considera que os talentos são mais importantes do que os processos e ferramentas utilizadas para a construção de um produto. Afinal, do que adianta ter as melhores tecnologias se os profissionais por trás de tudo não estão engajados o suficiente e não acreditam nas soluções que eles mesmos ajudam a desenvolver, não é mesmo?!

Melhora a comunicação

Uma comunicação cheia de ruídos deixa espaços para o surgimento de gargalos que podem destruir um projeto.

Ao adotar o modelo de squads em seus times, as empresas conseguem observar um ambiente de trabalho com mais transparência e confiança, já que esta estratégia melhora a qualidade das comunicações, o que consequentemente, torna o trabalho em equipe ainda mais funcional, produtivo e agradável. 

Mais criatividade inovação

Por último, mas não menos importante, as squads também trazem mais incentivo às experimentações e à criatividade, já que todos os talentos são encorajados a trazer ideias inovadoras para a construção dos produtos. 

Aqui, não existem metodologias ou estratégias engessadas. Todos são livres para definir a melhor forma de trabalhar para atingir os resultados esperados. Além disso, elas fazem com que o ambiente de trabalho seja um lugar seguro para que os fracassos aconteçam, afinal, eles fazem parte de todo o processo de construção de soluções fora da curva. 

Se deseja aplicá-lo na sua empresa, esteja atento!

Apesar de ser uma estratégia cada vez mais popular entre empresas que almejam o alto crescimento, em especial as startups, o modelo desenvolvido há dez anos pode não apresentar os mesmos resultados positivos para todos os negócios que o adotam. 

Antes de realizar qualquer mudança, é essencial entender que cada empresa possui uma estrutura organizacional e particularidades que fazem com que a implementação da metodologia de desenvolvimento de software através de squads seja adaptada aos objetivos, estratégias e resultados de cada projeto. Apenas copiar o modelo do streaming sueco não vai adiantar muita coisa. 

Algo que reforça ainda mais a necessidade de adaptação da metodologia, é o fato de que o próprio Spotify deixou de utilizar as squads quando os negócios triplicaram de tamanho, já que elas acabaram sendo ineficazes para as novas estratégias.

Por isso, o último conselho deste artigo é: analise detalhadamente o seu negócio, entenda se os talentos estão devidamente capacitados, se o projeto comporta a adoção desta estratégia e, só então, personalize e implemente-a no seu negócio. 

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