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Boas práticas para estimativa de software
Índice:

Boas práticas para estimativa de software

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Estimativa de software pode ser um verdadeiro desafio. Você já se pegou tentando prever quanto tempo uma tarefa levaria e, no final, tudo demorou o dobro do esperado? Isso acontece o tempo todo no desenvolvimento de software. Mas a boa notícia é que existem formas de melhorar isso e tornar as estimativas de software mais confiáveis.

A ideia aqui não é buscar precisão absoluta (porque isso é impossível), mas sim encontrar um equilíbrio que permita planejar melhor, evitar surpresas desagradáveis e alinhar expectativas com o time e os stakeholders.

Boas práticas para estimativa de software

1. Tudo Começa com um Escopo Claro

Se você já entrou em um projeto sem saber exatamente o que precisava ser feito, sabe como isso pode levar a estimativas ruins. Definir bem os requisitos, funcionalidades e objetivos evita mal-entendidos e dá à equipe uma base sólida para estimar com mais precisão.

Dica: Sempre que possível, documente o escopo de forma objetiva e compartilhe com todos os envolvidos. A clareza evita suposições erradas.

2. Estimativas Devem Ser Iterativas

Estimativas não são um contrato inquebrável. Conforme o projeto evolui, novas informações surgem, e os números iniciais podem (e devem) ser ajustados. Essa flexibilidade permite que a equipe lide melhor com mudanças inesperadas sem comprometer a qualidade da entrega.

3. Técnicas para Melhorar sua Estimativa de Software

Se depender apenas da intuição, a chance de erro é alta. Algumas técnicas de estimativa de software podem ajudar a trazer mais estrutura para o processo:

T-Shirt Sizing

Rápida e simples, essa técnica classifica tarefas em tamanhos de camisetas: Pequeno (S), Médio (M), Grande (L) e Extra Grande (XL). Funciona bem quando você precisa de uma visão geral sem gastar muito tempo em detalhes.

Planning Poker

O Planning Poker é uma técnica colaborativa que envolve todos os membros da equipe. Cada um recebe um conjunto de cartas com valores numéricos (geralmente uma sequência de Fibonacci). A equipe discute uma tarefa e, em seguida, cada membro escolhe uma carta que representa sua estimativa do esforço necessário. As cartas são reveladas simultaneamente, e as discrepâncias são discutidas até que a equipe chegue a um consenso. Esse método ajuda a evitar vieses individuais e a criar um consenso.

Método de 3 Pontos

O Método de 3 Pontos utiliza três valores para definir uma estimativa: o melhor cenário (otimista), o pior cenário (pessimista) e o cenário mais provável. A fórmula usada combina esses três valores para fornecer uma estimativa ponderada, geralmente calculada como (Otimista + 4 x Mais Provável + Pessimista) / 6. Esta técnica incorpora a incerteza no processo de estimativa, oferecendo uma visão equilibrada que leva em conta possíveis variações. Por exemplo, para uma tarefa estimada com 2 dias no cenário otimista, 5 dias no mais provável e 10 dias no pessimista, a estimativa ponderada seria (2 + 4*5 + 10) / 6 = 5,33 dias.

Qual Técnica Escolher?

  • Se precisa de uma estimativa rápida e sem muito detalhe: T-Shirt Sizing.
  • Se quer envolver a equipe e garantir alinhamento: Planning Poker.
  • Se precisa considerar incertezas e riscos: Método de 3 Pontos.

Se você quiser se aprofundar mais sobre essas estimativas, recomendo você ler esse artigo: técnicas de estimativa

4. Não Esqueça dos Fatores Externos

Fatores externos, como feriados, disponibilidade de recursos e dependências externas, podem afetar o cronograma do projeto. A Microsoft, por exemplo, ajusta suas estimativas de projeto para incluir períodos de férias e picos de trabalho, garantindo um cronograma mais realista e atingível.

Incluir fatores externos no planejamento cria um cronograma mais realista. Isso evita surpresas desagradáveis e garante que a equipe esteja preparada para enfrentar possíveis obstáculos. Em um estudo da Forrester, 60% dos projetos que consideraram fatores externos desde o início foram concluídos dentro do prazo e do orçamento.

5. Testes e Depuração Precisam Estar na Conta

Muitos times subestimam o tempo necessário para testes e correção de bugs, focando apenas no desenvolvimento das funcionalidades. No entanto, um software mal testado pode gerar retrabalho, insatisfação do usuário e até comprometer a credibilidade do produto.

Ao estimar o tempo para testes, é essencial considerar diferentes camadas de validação: testes unitários, testes de integração, testes de regressão e testes de aceitação. Cada um tem seu papel e impacto no ciclo de desenvolvimento. Ignorar qualquer um desses pode resultar em atrasos inesperados no projeto.

Além disso, a depuração de bugs nem sempre segue um fluxo previsível. Um erro pode parecer simples à primeira vista, mas ao ser investigado, pode revelar problemas mais complexos que exigem tempo extra para correção. Portanto, é recomendável reservar uma margem de segurança para essa fase, evitando comprometer a qualidade do produto apenas para cumprir um prazo apertado.

6. Dados Históricos São Seus Amigos

Se sua equipe já trabalhou em tarefas semelhantes antes, por que não usar esse histórico para embasar suas estimativas? Comparar o tempo real gasto em projetos passados com as novas previsões ajuda a calibrar melhor os números e reduzir incertezas.

Além de simplesmente olhar para o tempo de execução de tarefas anteriores, é útil analisar padrões mais amplos. Perguntas como “quais foram os maiores desafios enfrentados?”, “onde houve desvios nas estimativas?” e “como o time respondeu a mudanças inesperadas?” ajudam a contextualizar os números.

Outro ponto importante é adaptar os aprendizados aos novos contextos. Projetos diferentes podem ter variáveis distintas, como tecnologia, equipe envolvida e complexidade dos requisitos. Portanto, os dados históricos devem ser utilizados como referência, mas sempre com ajustes baseados no cenário atual.

7. Envolva a Equipe na Estimativa de Software

A equipe de desenvolvimento deve estar envolvida no processo de estimativa, já que eles têm o conhecimento técnico para avaliar a complexidade das tarefas de forma mais precisa. Um estudo da Harvard Business Review mostrou que a inclusão da equipe nas estimativas pode aumentar a precisão em até 20%.

Quando a equipe participa do processo de estimativa, eles se sentem mais motivados e comprometidos com o projeto. Esse senso de propriedade aumenta a produtividade e a qualidade do trabalho, pois todos estão engajados em alcançar os objetivos estabelecidos.

8. Inclua Margem para o Inesperado

O inesperado sempre acontece, e subestimar a incerteza pode comprometer um projeto inteiro. Para evitar isso, é fundamental adicionar uma margem de segurança às estimativas. Em geral, um acréscimo de 20% no tempo estimado pode ajudar a cobrir imprevistos como bloqueios técnicos, revisões inesperadas e mudanças nos requisitos.

Contudo, essa margem não deve ser arbitrária. Baseie-se na natureza do projeto e na experiência da equipe. Projetos com muitas variáveis desconhecidas podem precisar de uma margem maior.

9. Meça e Ajuste Sempre

As estimativas iniciais devem ser comparadas com o tempo real gasto. Isso ajuda a equipe a aprender com erros passados e melhorar suas previsões futuras. Implementar ciclos de feedback contínuo torna o processo mais eficiente ao longo do tempo.

Conclusão

Estimativas nunca serão perfeitas, mas isso não significa que não possam ser melhoradas. Aplicando essas boas práticas, sua equipe pode reduzir incertezas, planejar melhor e entregar software com mais previsibilidade.

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