Na hora do planejamento para o desenvolvimento de um produto, surgem inúmeras dificuldades em definir as releases do mesmo e em priorizar o backlog do projeto. Sem a utilização de metodologias e ferramentas ideais, como o story mapping, esse processo se torna muito mais difícil, fazendo com que a equipe se distancie dos objetivos centrais do produto, criando algumas features totalmente desnecessárias.
Considerando essa questão, continue lendo e saiba como uma técnica simples como o método de story mapping consegue ajudar você e a sua empresa no processo de criação de um produto. Acompanhe!
O que são as personas?
Antes de falar sobre o story mapping, é de suma importância entender o que são as personas, o porquê de serem tão importantes na área do produto e, principalmente, na metodologia do story mapping.
As personas, ou também chamadas de “usuário” na área de TI, são a personificação de quem seria o cliente ideal. Enquanto no público alvo é feita a representação do sujeito que seria o foco do projeto com informações mais genéricas, as personas seriam personagens fictícios que possuem essas informações descritas e específicas.
Personas possuem nome, idade, graduação, hobbies, emprego, personalidade, costumes e muitas outras informações relacionadas ao seus costumes e dia a dia, como o que faz na rotina, qual a sua relação com a família, onde procura informações, qual o estilo de vida, objetivos e muitas outras informações detalhadas, compondo a descrição de uma pessoa que faria parte do público alvo.
O uso e o entendimento das personas se torna essencial na hora do planejamento de um produto. Traçar o perfil de quem integraria o público alvo do seu projeto ajuda muito no entendimento de como atingir esse sujeito, um dos pontos mais importantes na metodologia story mapping.
O que é o Story Mapping?
O story mapping é um método fantástico e muito usado na elaboração de um produto, principalmente no desenvolvimento de softwares. Tanto na hora de organizar as ideias ou coordenar seu time para obter melhor desempenho na etapa da criação do produto, o story mapping apresenta resultados incríveis que fazem toda a diferença para o seu negócio.
A dinâmica desse método é focada centralmente na persona. Com isso, é possível tomar ciência de como seria a experiência do cliente com o produto, como o produto pode ajudar o usuário, atender suas necessidades e sanar seus problemas. É possível considerar tudo isso quando se usa o story mapping na área de produto.
Além do aumento da eficiência na etapa de criação, a metodologia também potencializa a entrega de valor às features, que seriam as características do produto. Alinhando as expectativas do público e descartando o que não é essencial, o story mapping se mostra muito útil principalmente em duas situações: quando se está iniciando um projeto e não se sabe qual caminho ou plano seguir, e depois da alteração do objetivo de um projeto que mude todo o foco do mesmo.
O objetivo central da metodologia é definir as ideias macro do MVP inicial. Tudo isso da forma mais prática e dinâmica possível.
Como esquematizar um story mapping eficaz?
Agora que já sabe um pouco sobre o método, é hora de ir para a parte prática. Antes de tudo, é importante que seja elaborada uma mesa redonda com todos que irão participar, inclusive o cliente. A equipe que é normalmente responsável pelo produto, pode acabar esquecendo alguns tópicos importantes do mesmo, por isso o cliente é essencial nessa etapa.
Primeira etapa: Fazer uma lista com as funcionalidades do produto
Aqui é muito importante ressaltar que o ponto de vista do cliente deve ser sempre priorizado na hora de responder as perguntas. Uma ótima dica aqui é realizar um brainstorm, com a participação de todos, levantando pontos essenciais em relação às funcionalidades que o usuário poderá executar com o produto.
Elaborar uma lista com cada tópico também é recomendado nessa parte. É importante que cada ponto seja iniciado com um verbo e sempre considerando o ponto de vista do cliente.
Segunda etapa: Escrever as histórias do usuário
Agora que já foram levantadas todas as features do produto, as escreva em post-its ou cartões. O conteúdo nos post-its deve conter:
- quem é a persona;
- constância em que aquela funcionalidade é utilizada;
- valor de negócio que a funcionalidade possui.
Aqui, a persona ou usuário, pode ser ilustrado pela profissão ou pelo papel que exerce, exemplo: contratante, vendedor, administrador etc.
A constância que a funcionalidade é utilizada pode ser colocada de forma mais definida ou até mais subjetiva, o que importa aqui é deixar clara a frequência de uso de cada funcionalidade, exemplo: diariamente, semanalmente, semestralmente, anualmente, pouco, muito etc.
O valor de negócio que a funcionalidade possui pode ser expresso no papel de uma maneira simples e direta, como: baixo, médio ou alto.
Terceira etapa: Organizar um fluxo de tarefas
Agora que já temos os cartões ou post-its com todas as histórias de usuário, precisamos organizá-los em uma sequência de tarefas, da esquerda para a direita. É importante que essa sequência ilustre claramente como o sistema funciona. Você pode seguir o seguinte padrão de organização em que o usuário:
- sente a necessidade do produto;
- escolhe o produto;
- compra o produto.
As histórias de usuário que acontecem ao mesmo tempo também podem ser sobrepostas uma à outra. O único objetivo aqui é exemplificar o funcionamento do sistema na relação entre produto e usuário.
Quarta etapa: Organizar conforme a criticidade
Agora que já foi feito um fluxo de tarefas que faça sentido para a equipe, devemos organizar os cartões verticalmente, de acordo com a criticidade de cada um. Quanto mais importante a tarefa, mais próxima ao topo do fluxo ela deve ficar, visando sempre a experiência do usuário.
Aquelas histórias de usuário que anteriormente foram sobrepostas por acontecerem ao mesmo tempo, agora devem ser priorizadas, sendo colocadas no topo do fluxo, sem esquecer, é claro, da importância de cada uma delas para a persona.
Basicamente, nessa etapa dever-se organizar verticalmente cada um dos cartões de histórias de acordo com a frequência de uso e, consequentemente, o valor que ele agrega ao negócio. Nessa fase do story mapping, também é importante manter sempre um debate entre toda a equipe para que cada decisão tenha o consentimento de todos.
Quinta etapa: Separar de acordo com as atividades macro
Essa etapa consiste basicamente em separar as histórias de acordo com as atividades macro, também chamadas de “Épicos”. Aqui, as atividades serão divididas por fluxos de tarefas, fluxos que devem ser sempre representados pelos usuários do produto. Aqui, deverão ser traçadas algumas linhas verticais para dividir os cartões em alguns segmentos. Cada um dos segmentos indicará um fluxo de atividade e, cada um dos fluxos, também deverá ter um nome, como por exemplo: pedido, venda e entrega.
Dessa maneira, as histórias que já estavam organizadas de acordo com a criticidade, agora serão agrupadas de acordo com o fluxo de atividade que ela pertence.
Sexta etapa: Seleção dos primeiros releases
Quando chegar nessa etapa do story mapping, ele já estará praticamente feito. Todos os debates, discussões, sínteses e organização das informações e ideias já foram feitas ao longo do processo, deixando uma estrutura muito mais clara de se visualizar para as primeiras releases, ou seja, o produto viável mínimo ou MVP.
O MVP seria uma versão simples do produto, que poderá ser lançada sem muito esforço e desenvolvimento. Ao final de todo o processo, o primeiro release, ou release v1, deverá se encontrar no topo, ou seja, na primeira linha do mapa. Além disso, também pode ser feito alguns segmentos em linhas horizontais, também chamadas de raias, para destacar as próximas releases, a release v2, v3 e assim por diante.
Depois de feita a identificação da primeira release do produto, as próximas releases e etapas do processo de produção já poderão ser programadas. A continuação do desenvolvimento do produto também poderá ser feita com a aplicação desse método. Todos os membros da equipe poderão incluir a visão que possuem em relação ao negócio, tudo sendo feito da forma mais prática possível, evitando, ao máximo, o desenvolvimento de funcionalidades desvantajosas.
Vale ressaltar também, que toda a parte manual do método pode ser feita. Realizar a execução do story mapping, além de reduzir o trabalho que seria feito manualmente, aumenta, e muito, a praticidade de execução do método. Mesmo que seja feito, todas as considerações e etapas da metodologia se aplicam da mesma forma.
A interação com o cliente não é exclusiva do processo de criação ou desenvolvimento do produto, ela pode e deve ser levada em consideração em todas as etapas, melhorando sempre a forma com que o projeto em questão atinge a persona.
O uso da metodologia de story mapping é direcionado para várias áreas, mas se aplica muito bem e é utilizada com bastante frequência na área de softwares. Isso se dá pelos problemas que são gerados na hora do planejamento do software, onde muitos pontos que não trazem vantagens ao projeto acabam sendo estabelecidos por falta de engajamento com o cliente, ocasionando em desvantagens na hora de produzir o mesmo.
Gostou do post sobre story mapping na área de produto? Vá agora mesmo conferir nosso outro post sobre o que uma empresa de software tem a ver com engajamento do cliente, uma reflexão que tem tudo a ver com o tema desse aqui.